sábado, 16 de março de 2024

Existência do Espírito

 Casa Espírita Missionários da Luz - DIJ – Mocidade - 15/03/24 > 14 anos

Estudo híbrido: presencial e virtual via Google Meet

Tema: Existência do Espírito

Objetivo:

Estudar as evidências da existência do Espírito.

Bibliografia:

- O Livro dos Médiuns – 1a. Parte, Cap I, itens 1 à 3;

- O Livro dos Espíritos – perg 76, 88;

- LM, 2ª parte, Cap. VII ‘Da Bicorporeidade e da Transfiguração’, item 119;

- Katie King – Wallace Leal V. Rodrigues, editora O Clarim;

- Nossos Filhos São Espíritos , Hermínio Miranda, cap. 17;

- RE  1860 > Novembro > Maria D'Agreda - Fenômeno de bicorporeidade

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_de_Jesus_de_%C3%81greda

https://www.youtube.com/watch?v=9XzFe2pvy2I - "Peixotinho - 100 anos de Mediunidade" #02 – Canal TV NOVA LUZ – 16 minutos

Material: Livros: Katie King, Nossos Filhos São Espíritos, LE;

Desenvolvimento:

  1. Dar as boas vindas ao grupo e hora da novidade

  2. Exercício de respiração profunda e prece inicial.

  1. Motivação

Na RE de Novembro/1860, Kardec publicou um artigo com o título de ‘Maria D'Agreda - Fenômeno de bicorporeidade’.

==> quem sabe como é esse fenômeno tão bem estudado nas obras básicas de Kardec?

Kardec explica no LM, no cap. VII, item 119:

Isolado do corpo, o Espírito de um vivo pode, como o de um morto, mostrar-se com todas as aparências da realidade. Demais, pelas mesmas causas que hemos exposto, pode adquirir momentânea tangibilidade. Este fenômeno, conhecido pelo nome de bicorporeidade, foi que deu azo às histórias de homens duplos, isto é, de indivíduos cuja presença simultânea em dois lugares diferentes se chegou a comprovar.”

Diz Kardec em seu artigo na RE, sobre um caso ocorrido no século XVII:

Num resumo histórico que acaba de ser publicado, sobre a vida de Maria de Jesus d’Agreda, encontramos um admirável caso de bicorporeidade, que prova como tais fenômenos são perfeitamente aceitos pela religião.”

Na wikipedia, temos alguns relatos sobre ela:

Maria de Jesus de Ágreda, nascida Maria Coronel y Arana (Ágreda, 2 de abril de 1602 – Ágreda, 24 de maio de 1665), foi uma religiosa abadessa de Ágreda, cidade situada na província espanhola de Sória”

Além de monja da Ordem da Imaculada Conceição, foi também uma importante escritora mística, e uma relevante figura na catequização dos indígenas na América Espanhola.”

==> O fato extraordinário da vida dessa religiosa, é justamente a catequização dos indígenas em territórios do atual Texas que na época pertencia ao Novo México, sem nunca ter saído da Espanha. Fato que a DE explica como fenômeno anímico de bicorporeidade.

==> relatar o caso como Kardec colocou em seu artigo (ver anexo).

==> esse fato, tido então como miraculoso, é um fato natural, perfeitamente explicado pelo Espiritismo e é mais uma evidência da existência do Espírito, da alma.

  1. Introdução ao tema

Hoje, nosso tema, é o segundo princípio básico da DE.

Quem sabe quais são os princípios, os pilares da Doutrina Espírita?

==> Deus, Existência e Sobrevivência do Espírito, Mediunidade, Reencarnação, Pluralidade dos Mundos Habitados, e Evolução.

Nosso estudo de hoje se refere à Existência do Espírito. Esse princípio está diretamente associado com os conceitos de pré existência do Espírito e sua sobrevivência após a morte do corpo e sua individualidade.

==> A existência do Espírito é também demonstrada nos fenômenos de bicorporeidade, entre outras evidências.

Segundo a DE, o que são os Espíritos?

Pedir que um dos jovens leia no LE, a perg. 76.Que definição se pode dar dos Espíritos?

Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o universo, fora o mundo material.”

==> Desde que há homens na Terra, há Espíritos no plano espiritual, interagindo com homens, com todos nós encarnados, mas esses fenômenos ficavam no âmbito do sobrenatural, ou dos milagres da religião, como no caso da religiosa Maria de Jesus d’Agreda.

Foi com Kardec que veio a evidência da existência dos Espíritos através da observação dos fatos, dos estudos e das revelações dos próprios Espíritos, ficando então demonstrado que a existência dos Espíritos é real e natural.

Outras pesquisas que demonstraram a existência dos Espíritos aconteceram em diversas épocas, sendo amplamente divulgadas, tanto no âmbito das experiências materiais, como nas pesquisas e terapias psicológicas.

  1. Trabalho em grupos

==> vamos fazer dois grupos para estudos de evidências na área das ciências físicas e na área das ciências psicológicas.

- Temos casos de materializações de Espíritos presenciados por diversas pessoas. Vamos estudar as pesquisas de William Crookes, que foi um físico inglês, que experimentou diversos fenômenos de efeitos físicos e especialmente o fenômeno de materialização do Espirito Katie King. Escreveu o livro " Fatos Espíritas" relatando essas experiências.

- Outras evidências encontramos na lembrança de vidas passadas que algumas crianças apresentam.

Atualmente algumas linhas da psicologia já utilizam a Terapia de Vidas Passadas no tratamento de transtornos profundos.

Alguns casos de fobias, por exemplo, apresentam bons resultados nessa terapia, ao trazer para o consciente, lembranças de situações dolorosas em vidas anteriores que geraram os transtornos atuais.

Grupo 1: Materializações de Espíritos

- Entregar o livro Katie King, com as experiências de William Crookes.

==> separar trechos principais para o grupo estudar.

- Índice: observar os tipos de informações que o autor apresenta no livro;

- página 1 – Prefácio do autor (2 primeiros parágrafos)

- fim da página 5 – Gabriel Delanne fala do trabalho de William Crookes

- fim da página 7 – Gabriel Delanne fala do método de trabalho de William Crookes, nas experiências para evitar fraudes

- página 15 – foto de William Crookes

- página 20 e 21 – Referências sobre William Crookes e close-up de Katie

- página 26 – Foto de Florence Cook

- Página 28 – Relato de Sir Alfred Russel Wallace que assistiu a uma das materializações de Katie.

- Página 30 – foto de Katie com William Crookes

- Página 56 – foto de Katie

- Página 120 – foto de Katie na sala com outras pessoas

- Página 143 – despedida de Katie; sua última materialização

- Página 206 – foto de Katie junto de Florence adormecida

Tarefa do grupo: ver os relatos indicados (sobre o livro, sobre William Crookes, sobre como foi uma das materializações) e as fotos, para relatar ao outro grupo como foram as experiências de William Crookes.

Grupo 2: Lembranças de Vidas Passadas

==> Entregar o livro de Hermínio Miranda, Nossos Filhos São Espíritos, para que o grupo estude o caso relatado no cap. 17.

==> marcar os 5 trechos do capítulo a serem lidos: apresentação da criança, Flavinho, suas reações a barulhos de fogos de artifício e a festas de aniversário, principalmente a hora dos parabéns. Ver também o caso da avó desencarnada de Flavinho, que o menino via na primeira infância.

Tarefa do grupo: ver os trechos marcados para conhecer o caso de Flavinho e como a família conseguiu lidar com os traumas que a criança trouxe da encarnação anterior.

  1. Apresentação dos grupos

Grupo 1 – Materializações de Katie King

Após o grupo apresentar o caso, reforçar os pontos principais:

Médium: Miss Florence Cook – tinha 15 anos na época das experiências. Nascto em 1856 e morte em 1904

Cientista: Sir. William Crookes – Nascto 17/06/1832 – Morte 04/04/1919. Vejam que ele é da época de Kardec. ==> Kardec na França, William Crookes na Inglaterra.

Espírito: Katie King - 1a. Materialização total em 22/04/1872 (nessa data, Kardec já tinha morrido e toda a Codificação já estava publicada); última materialização em 21/05/1874.

Katie foi fotografada 40 vezes por Sir William Crookes.

Quem era Sir William Crookes?

  • Químico e físico, presidente da Sociedade de Química de Londres

  • 1861 – descobriu o tálium e em 1872 – inventou o radiômetro. Teve diversos trabalhos científicos publicados;

  • 1913 - prêmio Nobel de Química.

Como diz o texto, o cientista foi estudar o fenômeno da jovem Florence, para desmascarar, e acabou atestando a veracidade do fenômeno.

Veja que frase maravilhosa dele: - Não digo que isto pode ser possível, afirmo que é real.

Depois, falar das materializações da enfermeira Scheilla, pelo médium Peixotinho:

- Outro caso, mais conhecido foi do médium Peixotinho, que nasceu em Pacatuba/Ceará, em 01/02/1905, 30 anos depois das materializações de Katie King,

Ele foi um grande médium de efeitos físicos. As materializações eram do Espírito Scheilla, que realizava curas. As primeiras reuniões de materializações ocorreram no Rio de Janeiro, entre 1954 e 1948, que foram registradas no livro Materializações Luminosas, do Dr. Rafael Américo Ranieri, que presenciou essas reuniões.

Ele conheceu o Chico Xavier e foram feitas diversas reuniões de materializações.

No canal da TV Nova Luz, no Youtube, tem um vídeo de menos de 20 minutos, com entrevistas de pessoas que assistiram as reuniões de materializações com Peixotinho.

==> se o grupo procurar na web com a busca por “imagens materializações peixotinho”, poderá verificar diversas fotos e biografia desse médium notável, que chegou a conhecer Chico Xavier.

Grupo 2 – Lembranças de Vidas Passadas

Após o grupo apresentar o caso, reforçar que vemos nesse, como em diversos outros casos, a realidade da existência do Espíritos e da reencarnação.

Como ressalta o autor do livro, é preciso ter informações sobre a realidade espiritual para saber como lidar com essas situações que muitas vezes acontecem com as crianças.

  1. Conclusão

Cada vez mais a ciência tem se aproximado das pesquisas para a comprovação da manutenção da consciência além do cérebro. Diversos casos de EQM – Experiências de Quase Morte, mostram a manutenção da consciência mesmo em caso de parada cardíaca com técnicas de ressuscitação na sequência.

O livro “Ciência da Vida depois da Morte”, que é bem recente, do psiquiatra Alexander Moreira-Almeida, de Juiz de Fora, traz diversas pesquisas com evidências científicas da manutenção da consciência além do cérebro pois segundo ele, esse é o primeiro paradigma científico a ser quebrado. Depois então a academia chegará a comprovação da existência do Espírito. O livro foi lançado inicialmente em inglês e em 2023, lançado também em português.

  1. Exercícios de respiração profunda, prece de encerramento e passes coletivos.

  2. Avaliação

Encontro com 6 jovens. Não se interessaram muito pela história da bicorporeidade relatada na RE, e não sabiam sobre esse fenômeno da alma. Ficou pouco tempo para o trabalho em grupos, que se iniciou aos 40 minutos do encontro. O grupo da Katie King não conseguiu ver todos os trechos marcados, e leu trechos que eu não havia assinalado. Talvez tivesse sido melhor ter uma folha anexa, com o número das páginas e o que verificar em cada trecho/foto. Se interessaram bastante pelo caso. O grupo do menino com lembranças de vidas passadas concluiu a atividade bem rapidinho, não tendo muita estranheza do caso que lhes pareceu comum. Ficaram espantados com a imagem da materialização pelo médium Peixotinho, numa sessão com Chico Xavier. Não deu tempo de falar do trabalho do psiquiatra Alexander Moreira. 

Concluí dizendo que o fenômeno impressiona mas não educa, como orientou Emmanuel a Chico Xavier. Lembrei que Kardec também colocou que o fenômeno não traz a convicção mas sim, a filosofia espírita.

  1. Anexos


Subsídios teóricos:


Trecho de RE  1860 > Novembro > Maria D'Agreda - Fenômeno de bicorporeidade


Eis o relato que se acha em sua biografia:”

Um dia, tendo-a o Senhor arrebatado em êxtase, no momento em que orava instantemente pela salvação daquelas almas, Maria d’Agreda sentiu-se de repente transportada para uma região longínqua e desconhecida, sem saber como. Então encontrou-se num clima que não era o de Castela e se sentiu sob os raios de um sol mais ardente que de costume. Ante ela estavam homens de uma raça que jamais tinha encontrado, e Deus lhe ordenava que satisfizesse seus caridosos desejos e pregasse a lei e a fé santa àquele povo. A extática de Agreda obedecia à ordem. Pregava a esses índios em sua língua espanhola e esses pagãos entendiam como se ela lhes falasse em sua língua materna. Seguiam-se conversões em grande número. Voltando do êxtase, esta santa criatura se achava no mesmo lugar em que estava no começo do arrebatamento. Não foi uma só vez que Maria de Jesus desempenhou esse maravilhoso papel de missionária e de apóstolo junto aos habitantes do Novo México. O primeiro êxtase do gênero ocorreu em 1622, mas foi seguido de mais de quinhentos êxtases do mesmo gênero, durante cerca de oito anos. Maria d’Agreda encontrava-se continuamente nessa mesma região para continuar o seu apostolado. Parecia-lhe que o número dos conversos tinha aumentado prodigiosamente e que uma nação inteira, com o rei à frente, estava resolvida a abraçar a fé em Jesus Cristo.


Ao mesmo tempo ela via, mas a grande distância, os franciscanos espanhóis que trabalhavam na conversão desse novo mundo, mas ignoravam a existência desse povo que ela havia convertido. Tal consideração a levou a aconselhar aos índios que mandassem alguns dentre eles àqueles missionários, para pedir que viessem lhes conceder o batismo. Foi por este meio que a Divina Providência quis dar uma brilhante manifestação do bem que Maria d’Agreda havia feito no Novo México, por sua pregação extática.


Um dia, os missionários franciscanos que Maria d’Agreda tinha visto em Espírito, mas a uma grande distância, se viram abordados por um bando de índios de uma raça que ainda não tinham encontrado em suas excursões. Eles se anunciavam como enviados de sua nação, pedindo a graça do batismo com grande instância. Surpreendidos com a vista desses índios, e mais admirados ainda pelo pedido que faziam, os missionários procuraram saber a sua causa. Os mensageiros responderam que desde muito tempo uma mulher havia aparecido em sua terra, anunciando a lei de Jesus Cristo. Acrescentaram que essa mulher desaparecia de um momento para o outro, sem que se descobrisse o seu paradeiro; que lhes tinha feito conhecer o verdadeiro Deus e lhes havia aconselhado a irem aos missionários, a fim de obterem para toda a nação a graça do sacramento que resgata os pecados e transforma os homens em filhos de Deus. A surpresa dos missionários cresceu ainda mais quando, interrogando os índios sobre os mistérios da fé, encontraram-nos perfeitamente instruídos de tudo o que é necessário para a salvação. (...).


Então alguns missionários partiram com os emissários índios, para recolher entre eles tão abundante colheita. Após alguns dias de viagem, chegaram ao meio da tribo, onde foram recebidos com as mais vivas demonstrações de alegria e reconhecimento. Na viagem constataram que em todos os indivíduos daquela raça a instrução cristã era completa. (...).


Não obstante esses grandes acontecimentos, ignorava-se ainda quem era a serva do Senhor que tinha evangelizado esses povos, e tinha-se uma santa curiosidade e piedosa impaciência por conhecê-la. Sobretudo o Padre Alonzo de Benavides, que era o superior dos missionários franciscanos no Novo México, queria romper o véu do mistério que ainda cobria o nome da mulher-apóstolo e aspirava voltar momentaneamente à Espanha para descobrir o retiro dessa religiosa desconhecida, que prodigiosamente havia cooperado para a salvação de tantas almas. Em 1630 pôde, enfim, seguir para a Espanha, e foi diretamente a Madrid, onde se achava então o Geral de sua ordem. Benavides lhe deu a conhecer o objetivo a que se havia proposto ao decidir sua viagem à Europa. O Geral conhecia Maria de Jesus d’Agreda e, conforme o dever de seu cargo, tivera de examinar a fundo o íntimo dessa religiosa. Conhecia, pois, a sua santidade, tão bem quanto a sublimidade dos caminhos em que Deus a havia posto. Veio-lhe logo o pensamento de que essa mulher privilegiada bem podia ser a mulher-apóstolo de que lhe falava o Padre Benavides, e lhe comunicou suas impressões. Deu-lhe cartas, pelas quais o constituía seu comissário, com ordem a Maria d’Agreda para responder com toda simplicidade às perguntas que julgasse conveniente lhe dirigir. Com tais ordens, o comissário partiu para Agreda.


A humilde irmã se viu, assim, obrigada a revelar ao missionário tudo quanto sabia com referência ao objeto de sua missão junto a ela. Confusa e ao mesmo tempo dócil, ela relatou a Benavides tudo quanto lhe tinha acontecido em seus êxtases, acrescentando, com franqueza, que estava completamente incerta quanto ao modo pelo qual sua ação tinha podido exercer-se a tão grande distância. Benavides também interrogou-a sobre as particularidades dos lugares que tantas vezes deveria ter visitado e verificou que ela estava bem informada sobre tudo o que se relacionava com o Novo México e os seus habitantes. Ela lhe expôs, nos mínimos detalhes, a topografia dessas regiões e as mencionou servindo-se mesmo dos nomes próprios, como teria feito um viajante depois de vários anos passados nessas regiões. Acrescentou mesmo que tinha visto Benavides várias vezes, bem como seus religiosos, indicando os lugares, os dias, as horas, as circunstâncias, e fornecendo detalhes especiais sobre cada um dos missionários.


Compreende-se facilmente o alívio de Benavides por ter enfim descoberto a alma privilegiada de que Deus se havia servido para exercer sua ação miraculosa sobre os habitantes do Novo México.